Hélio Costa
O dia está frio, nublado e cinzento. As ruas de Curitiba estão desertas e quase vazias. Apenas alguns automóveis transitam. Lentos e silenciosos. As pessoas encolhidas e agasalhadas caminham tranqüilas e sem pressa.
Quase todas as lâmpadas estão apagadas. Apenas alguns anúncios luminosos, aqui e ali, emitem um pequeno brilho, ofuscado pela neblina espessa.
Um homem idoso passa encurvado com uns guarda-chuvas dependurado no braço esquerdo. Uma jovem loura, com passos largos e firmes, dobra a esquina. Grandes placas luminosas e coloridas afixadas sobre as portas fechadas das lojas, hoje não brilham e nem chamam a atenção dos transeuntes encolhidos e cabisbaixos, que caminham devagar.
Não há vento e as folhas das árvores não se movem. Parece que também estão encolhidas de frio neste domingo sem sol. Os altos edifícios, quietos e acinzentados, com suas janelas fechadas e as persianas descidas têm um ar de abandono e solidão.
É domingo. Está frio. O sol se escondeu. E Curitiba descansa.
Curitiba, rua XV - Agosto de 1987
Um comentário:
sem comentarios p/ esse texto, ele simplesmente mostra curitiba como é nos finais de semana, uma city deserta, lembra o silencio de um cemitério, porém ela esta viva, assim como nós ela descansa p/ na segunda feira segurar a barra do burburinho que causa o urbanismo.
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