Hélio Costa
Fim do dia... hora do retorno ao lar para desfrutar o merecido repouso e descanso, depois de um estafante dia de trabalho. É preciso recuperar as energias gastas na labuta das horas idas.
Antes de chegar em casa, uma passadinha no bar para comprar cigarros. Ainda é cedo. Mais ou menos 21h30minh. O tempo está chuvoso e a noite é silenciosa. Apenas dois ou três fregueses e o atendente que, solícito, lhe entrega a carteira de cigarros, para depois servir-lhe um cálice de vinho. Paga, e sai tranquilamente caminhando pela Rua São Pedro, no Jardim Nossa Senhora de Fátima, que está completamente deserta nessa hora; não pelo horário, mas pela chuva, talvez...
Ouve passos. Vira-se, e escuta: “È um assalto mano, passa tudo aí, rápido!” Automaticamente a mão desliza em direção aos poucos trocados que traz no bolso da calça... sente algo queimar-lhe as costas... perde completamente o controle das pernas e desaba no terreno molhado.
A dupla de assaltantes, ao ver alguém se aproximando, foge amedrontada, abandonando a "presa" sem nada levar.
Nelson não sente mais as pernas, a camisa parece estar grudada nas costas. O cheiro de sangue mistura-se ao da chuva, enquanto ele é socorrido e levado até o Pronto Socorro do Alto Maracanã.
“Por uma questão de milímetros você teria ficado paraplégico. Se a lâmina tivesse penetrado um pouquinho mais...” - diz o médico, após medicá-lo.
Depois de quase 10 meses praticamente imobilizado, Nelson, apoiado em uma bengala, ensaia os primeiros passos após deixar uma cadeira de rodas.
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